A Revista Veja São Paulo realizou um levantamento em dez dos consultórios de psicologia que atendem crianças e jovens, e constatou que o número de pacientes abaixo dos 13 anos dobrou nos últimos dez anos. Entre os menores, até 3 anos, o índice triplicou.
Atualmente, procurar ajuda para resolver questões da mente deixou de ser um tabu. Tornou-se um dos fatores positivos e que contribuem para que esse fenômeno ocorra. Os outros elementos, no entanto, apenas sugerem exageros por parte dos pais, educadores, ou até mesmo da sociedade.
Separação dos pais, diagnóstico de hiperatividade, vida digital, adaptação escolar e frustração, são alguns dos temas mais levados aos consultórios e que a reportagem também aborda.
Na vida das crianças, a Separação dos Pais é uma realidade mais constante comparada á antigamente, mas que continua sendo uma situação problemática. Para saber lidar com as questões que envolvem esse acontecimento, muitas vezes, é necessário frequentar a terapia.
A Hiperatividade (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é um problema neurobiológico de causas genéticas, que se manifesta durante a infância. A agitação é uma das características percebidas nessa faixa etária e um dos indícios de TDAH. “Os próprios pais fazem pressão. Se uma criança não aprende, sofre menos preconceito ao ser tachada de hiperativa”, afirma a Dra. Nívea Fabrício, presidente da Associação Nacional de Dificuldades de Ensino e Aprendizagem e diretora do Colégio Graphein.
Os jovens, muitas vezes, se isolam em frente ao computador e passam maior parte de seu tempo em sua Vida Digital, deixando de exercitar suas habilidades de socialização. Por isso, para os profissionais, é fundamental estabelecer horários específicos para os jogos durante o dia e tirar os equipamentos de circulação nos momentos de estudo.
O Medo para as crianças de hoje passou a ter um sentido diferente. O que antes amedrontava os pequenos eram apenas criaturas imaginárias. Atualmente, são coisas do mundo real, como um sequestro, por exemplo. Portanto, essas crianças também necessitam de cuidados psicológicos.
A Adaptação Escolar é algo que já não é mais tão comum. As crianças estão mais caladas e com um repertório social empobrecido. Por este motivo, tanto para as instituições quanto para os educadores, fica mais difícil lidar com a situação e garantir que estes alunos se adaptem. A novidade é a sugestão do processo terapêutico como uma solução, ou melhor, como um aliado nesse processo.
Quando falamos em Frustrações, temos os pais como elementos principais. A maioria deles passa menos tempo ao lado dos filhos e acabam tentando compensar da maneira mais errada possível, esquecendo-se da palavra mágica “não”. É justamente por isso que a maior parte dos consultórios é visitada pelos “reizinhos da casa”, ou seja, aqueles que não conseguiram suportar as frustrações naturais da vida. Para construir então essa habilidade, é necessária a ajuda de um terapeuta.