O Colégio Graphein é uma escola que tem como proposta de trabalho o respeito às características de cada indivíduo, desenvolvendo um modelo de educação que atende às necessidades de todos os educandos. Nosso principal objetivo é acolher o aluno e despertar nele uma relação positiva com a instituição escolar e o aprendizado.
Este é o grande desafio: garantir que crianças e adolescentes que apresentam necessidades específicas de aprendizagem tenham sua demanda atendida. É preciso acolher o estudante com suas características próprias e ajuda-lo a construir uma nova relação com a instituição escolar e, em última análise, desenvolver a crença na própria habilidade de aprender.
Ao longo de nossa trajetória como educadores no Colégio Graphein, pudemos constatar que, para termos êxito é necessária uma disponibilidade do educador para conhecer e reconhecer cada aluno e atuar atendendo suas necessidades específicas.
Estas ideias se aplicam não apenas às crianças com algum transtorno definido, uma dificuldade detectada, mas também às crianças e adolescentes que, mesmo sem nenhum comprometimento aparente, não apresentam bom desempenho acadêmico.
Queremos compartilhar a experiência do trabalho com o aluno Thiago Ignatti Borges, que começou a estudar conosco em 2014. É um jovem como muitos outros, que gosta de futebol, é alegre, participativo e que tem muito a desenvolver. Porém, para que suas boas habilidades possam se desenvolver, ele tem a necessidade de uma adaptação em seu processo escolar e foi neste contexto que iniciamos nossa estimulação.
O estímulo de aspectos físicos e emocionais é nosso principal objetivo com Thiago. Ele participa de atividades variadas que o estimulam e envolvem para que, a cada dia, possa caminhar mais em direção ao seu pleno desenvolvimento.
Em seu planejamento os educadores preocuparam-se em contemplar seus centros de interesses, além de atender às de suas necessidades específicas. Ou seja, foi preciso pensar nos temas que motivam o Thiago a aprender além de oferecer a ele os instrumentos para lidar com a deficiência visual.
Seu Projeto Pedagógico Individual, que chamamos de Projeto Singular, contempla atividades que propiciam o trabalho com os aspectos que vão além do conhecimento acadêmico formal para um jovem de sua idade. Entre nossas principais frentes de trabalho:
- Promover o desenvolvimento da orientação espacial.
- Estimular o desenvolvimento de habilidades diversas, linguagens diversas como música, artes cênicas, artes plásticas, informática e outras.
- Estimular o uso da escrita em Braille e do método Soroban como instrumentos pedagógicos.
- Promover e mediar atividades cotidianas para que se relacione satisfatoriamente com seus pares e construa um repertório social compatível com sua faixa etária.
Em nossa experiência exitosa no trabalho com inclusão escolar, constatamos que estudantes com “dificuldades de aprendizagem” necessitam ser olhados, ter suas características identificadas, devem ser conhecidos para que se possa atuar com cada um de maneira adequada. Portanto, o melhor remédio para o dilema da inclusão é o trabalho singularizado com cada um.
“(…) normalizar uma pessoa não significa torna-la normal. Significa dar a ela o direito de ser diferente e ter suas necessidades reconhecidas e atendidas pela sociedade.” Claudia Werneck